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5 de março de 2008

Analogias de um amor de verão


Droga que nenhum médico receita, porém, não tem contra-indicações. Ele não mata, mas dá taquicardia e falta de ar. É como ir pro Alasca e não levar casaco. “Eu te avisei”, diz aquela voz interior (ou a voz da mãe mesmo).


É tudo tão interessante, diferente e inédito. Como se fosse o primeiro verão que isso acontece. As ondas do mar vão e vem, assim como ele, o amor de verão.

Não pegue onda se não sabe surfar (mas como vou aprender, então?). Ta certo, é subindo na prancha que se aprende o equilíbrio. Momentos intensos, manobras radicais e muitos caldos. Até aprender que a onda começa, mas que também acaba.

O amor de verão é regado a coquetéis coloridos e noites de estrelas. Quem nunca viu o coelhinho na Lua? Aprendi que quem o vê, é porque realmente sabe viver um amor de verão. Saiba que, quando ele começa, tem data, local e vôo pra decolar...e pra bem longe.

Que seja intenso enquanto dure. No amor de verão, não há espaços para pensar em nada. Muito menos no fim. Viva, aproveite, e só o aceite se ele realmente te fizer rir. E que sejam boas gargalhadas.

É claro que o amor de verão aceita tempestades. Porém, curtas. Por um lapso de momento, você age como se ele fosse durar até a próxima primavera. Mas nem tudo são flores. Não brinque de bem-me-quer. Já vi muitos jardins desbotados. Mas não o meu.

Não compre casacos para o seu amor de verão. Enquanto estiver com ele, não precisará. E quando ele sentir frio, você não estará mais por perto.

Aprenda outras línguas, outras gírias, outras idéias que você jamais pensou sequer que existissem, ou que pudessem ser ditas. Não tenha rotina, ritmo ou regras. Seja você, por ao menos um verão. Se ele não te aceitar, calma, o outono surge pleno.

Deixe seu coração bater na intensidade da sua respiração. Deixe sua boca secar e seus lábios tremerem.
Mas nunca, nunca deixe chegar ao seu pensamento. Nunca (é bom repetir em voz alta). É intenso e rápido demais para invadir três ou quatro segundos da sua mente.

Na memória? Cuidado. Se ela invadiu sua memória, foi porque ela escapou quando você estava com aquela cara de bobo.

Memórias póstumas (e não são aquelas que caíram na prova do vestibular)? Somente em outras estações. Aí, sirva-se à vontade, use casaco e olhe para o coelhinho numa noite estrelada.

Se fosse por mim, o horário de verão seria também de invernos, outonos e primaveras. Mas ele tem uma finalidade e, por isso, ele tem um fim. Assim como o amor de verão.

Não é cego, porque nem dá tempo de abrir os olhos. Talvez surdo, para não ouvir palavras tão doces que façam acelerar o coração. Mas é mudo. Porque amor de verão, não precisa dizer adeus. Ele sabe a hora de ir embora. Go, but don’t go away!

É só acertar o relógio e tudo será como tem que ser. Que atire o primeiro grão de areia quem nunca viveu um amor de verão.


Mireille Almeida com o relógio em ponto (mas que por vezes, atrasa).

5 comentários:

  1. MIssss...

    Muitoooooooooo bom!!!!!!!!! Ai que delícia ler suas crônicas, a gente consegue viajar junto... ADOREIIIIIIIII


    Um grande beijoooooooooo

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  2. parece que tem alguém aáixonada aí não????
    sei bem como são essas ondas!!!
    não sou tão velho assim também, mas tive minhas temporadas!!!!
    e onda, tem o ano todo, não só no verão!!!!
    HAAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHAUHA
    não sou surfista, mas já "peguei" vááááááááárias ondas dessas!!!!
    paro em cima de cavalo brabo, mas em cima de prancha é ruim!!!!
    hehehehehehe
    perfeito o texto, real, simples e tocante!!!!
    parabéns!!!!
    beijão querida

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  3. Oi Mimi!! Parabéns!! Mais um texto delicioso de ler!! É isso aí memso... Como diria Lulu Santos: "As ondas vêm e vão, num indo e vindo infinito...." Quem sabe né?? O que vai pode voltar... hehhe Beijooooooooooo

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  4. Pois é mi que esses amores sao gostosos sao mais qdo a gente ja tem um pro ano todo nem lembramos mais desse ai...hehe bjo mi inté

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  5. Amores de verão sempre são intensos e implicam todos os tipos de sentimentos, mas os melhores sempre prevalecem sobre o medo, receio, etc. Pena que, ainda que o amor de verão dure várias estações, ou vários verões, sempre pode existir uma estação gelada que desqueça os corações. Mas, ai surge a imperatividade da sua frase, no sentido de que "Não compre casacos para o seu amor de verão. Enquanto estiver com ele, não precisará", ainda que inverno seja.

    Beijos.

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